Arara-azul anã: cientistas descobrem ‘nova espécie’ de ave simbólica do Brasil

Uma nova espécie de uma das aves mais famosas e simbólicas do território brasileiro, a arara-azul, foi descoberta por pesquisadores que trabalham há 30 anos com essas aves. Após algum tempo de observação, foi comprovando a existência de araras-azuis anãs.

Arara-azul voando

Nova espécies chamada arara-azul anão é descoberta por pesquisadores – Foto: CicloVivo/Reprodução/ND

Descoberta de arara-azul anã

O estudo foi conduzido por cinco pesquisadores brasileiros que acompanharam de perto o hábito de reprodução, o comportamento e o crescimento dessas aves.

O estudo foi publicado pela Scientific Reports – Nature e, segundo os pesquisadores, a redução de tamanho pode ser causada pelo desmatamento e pelas queimadas.

A bióloga Neiva Guedes, integrante da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e presidente do Instituto Arara-Azul, comentou um pouco sobre a análise.

“Fizemos um estudo de longo prazo e só por isso foi possível identificar o nascimento pontual de algumas araras anãs. Embora sejam menores, elas conseguem ter uma vida normal, ou seja, nascem, crescem e se reproduzem”.

Arara-azul na mão de mulher

As pesquisas foram feitas mesmo em condições adversas, como o desmatamento e as mudanças climáticas. – Foto: CicloVivo/Reprodução/ND

Apesar da dificuldade para acompanhar esses animais em seu habitat, os cientistas conseguiram avaliar 837 ninhos durante três décadas. Nesse período, 31 araras anãs foram encontradas pelos cientistas.

Ameaça de extinção

A pesquisa também avaliou o sucesso do Projeto Arara-Azul, que luta pela conservação da espécie em seu habitat. Entre 1990 e 2018, o programa registrou um aumento da população de araras na região, de 2.500 para 6 mil. Porém, esse número voltou a cair a partir de 2019 com o avanço da destruição do bioma.

Em 2020, com o avanço da onda de desmatamento e queimadas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 13.396 focos de incêndio, maior índice da história. Foram quase 2,1 milhões de hectares perdidos, o que afetou diversas espécies, como a onça-pintada e a arara-azul.

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