Como viver mais? Cientistas desvendam os 4 hábitos que podem te ajudar a chegar aos 100 anos

A expectativa de vida cresceu na maioria dos países e o número de pessoas que alcançaram os 100 anos aumentou mais de 250% desde os anos 2000. Para entender qual era o “segredo” de quem vivia tanto, os pesquisadores Perminder Sachdev e Zhaoli Dai-Keller, da Austrália, decidiram analisar 34 estudos observacionais publicados nos últimos 24 anos sobre o tema.

Idosos durante aulas de arteterapia para viver mais

Idosos durante aulas de arte terapia – Foto: Divulgação/Asilo Irmão Joaquim/ND

O estudo foi feito com pessoas que envelheceram com qualidade de vida, muitas vezes enfrentando menos doenças crônicas e mantendo a independência nas atividades diárias até os 90 anos ou mais.

Segundo os cientistas, o ambiente externo influencia na qualidade de vida. Contudo, fatores mutáveis também contribuem em 60% para uma boa longevidade.

Além dos principais hábitos elencados pela pesquisa, os especialistas também destacaram a importância de evitar o cigarro e o álcool, ou beber moderadamente, e manter uma vida social ativa também são importantes para viver mais.

4 hábitos para viver mais, segundo a ciência

1. Dieta equilibrada com controle de sal

Nos estudos, os pesquisadores perceberam que as pessoas que chegaram, ou quase, aos 100 anos, costumavam ter uma alimentação equilibrada e variada.

Em média, a dieta para viver mais consistia na ingestão de 57% a 65% de carboidratos, 12% a 32% de proteínas, e 27% a 31% de gorduras.

A dieta do mediterrâneo foi associada a uma vida mais longa

A dieta do mediterrâneo foi associada a uma vida mais longa – Foto: Reprodução/ Antonina Vlasova/Shutterstock/ND

Todas com alimentos básicos como arroz e trigo, além de frutas, legumes, verduras, e proteínas como frango, peixe, e leguminosas, com um consumo moderado de carne vermelha.

Esse jeito de comer, parecido com a dieta mediterrânea, está ligado a menores chances de perder a função física e de ter uma vida mais curta. Além disso, a maioria também preferia comidas com pouco sal.

“Embora apenas um estudo na nossa revisão tenha medido a ingestão média diária de sódio, que foi de 1,6 gramas, esse valor está dentro da recomendação da Organização Mundial da Saúde de menos de 2g de sódio por dia (o que equivale a cerca de 5g de sal). A dieta tradicional de Okinawa, famosa entre os centenários japoneses da Ilha de Okinawa, contém cerca de 1,1g de sódio”, argumentaram os pesquisadores no artigo.

2. Uso de poucos medicamentos

A pesquisa também percebeu que, embora os idosos precisassem tomar remédios, a maior parte deles começou a se medicar mais tarde do que a maioria dos adultos.

Geralmente, as doenças mais comuns entre esses centenários, eram hipertensão, demência ou comprometimento cognitivo.

Combinação de remédios

Combo de remédios deve ser evitado por quem quer viver mais – Foto: Pixabay/Divulgação/ND

A partir das análises, foi possível perceber que quanto maior a combinação de remédios, maior era a chance de efeitos adversos, como quedas, comprometimento cognitivo e hospitalizações, devido a interações medicamentosas prejudiciais.

De acordo com os especialistas, embora o tipo ou a quantidade de medicamentos prescritos possa não estar sob controle do paciente, é fundamental que os médicos prescrevam remédios apenas quando necessário, informem os pacientes sobre os benefícios e riscos, e revisem regularmente os planos de tratamento.

3. Uma boa noite de sono

De todos os voluntários da pesquisa, 68% responderam que estavam satisfeitos com a qualidade do sono.

“A qualidade e a quantidade do sono afetam o sistema imunológico, os hormônios do estresse e funções cardiometabólicas, como obesidade, pressão alta e diabetes. Dormir bem está associado a mais anos de boa saúde e a um menor risco de desenvolver doenças crônicas”, observaram os pesquisadores.

Cientistas estudaram hábitos de idosos que viveram até os 100 anos

Cientistas estudaram hábitos de idosos que viveram até os 100 anos – Foto: Reprodução/Dan Negureanu/Shutterstock/ND

A duração ideal do sono é entre sete e oito horas por noite. Para melhorar o descanso, algumas dicas incluem manter uma rotina regular, criar um ambiente tranquilo, praticar exercícios regularmente e gerenciar o estresse.

4. Qualidade de vida

Os cientistas descobriram outro fator importante para viver mais: o ambiente em que as pessoas viviam . “Mais de 75% dos centenários e quase centenários que participaram no nosso estudo viviam em zonas rurais ”, concluíram.

Aliás, a pesquisa aborda o conceito chamado de “zonas azuis”, onde existe uma maior concentração de idosos, por exemplo: Okinawa no Japão; Sardenha, na Itália; a Península de Nicoya, na Costa Rica; e Icária na Grécia.

“Isso pode estar parcialmente relacionado à conexão entre natureza, saúde e bem-estar”, dizem os especialistas.

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