Conheça 10 povos que têm a cultura do sacrifício de pessoas e por quê

Ao longo da história, o sacrifício de pessoas foi uma prática presente em diversas culturas ao redor do mundo. Das civilizações antigas aos tempos mais recentes, arqueólogos e historiadores continuam desvendando evidências dessas cerimônias, revelando crenças e rituais que, muitas vezes, buscavam aplacar deuses, fortalecer lideranças ou garantir colheitas e vitórias.

Crânio quebrado na Terra

Conheça 10 povos que têm a cultura do sacrifício de pessoas- Foto: Canva/Divulgação/ND

10 povos que têm a cultura do sacrifício de pessoas

Conheça alguns casos marcantes dessa prática de sacrifício de pessoas ao longo dos séculos:

1. China

Na China antiga, o sacrifício de pessoas foi realizado por milênios. Descobertas em sítios arqueológicos como o cemitério de Mogou, com 4.000 anos, revelam sepulturas contendo restos mortais de vítimas, incluindo uma criança de aproximadamente 13 anos.

Durante a Dinastia Shang (1600-1040 a.C.), evidências mostram que milhares de pessoas foram sacrificadas. A prática tornou-se menos comum após a unificação do país em 221 a.C., durante o reinado do primeiro imperador, Qin Shi Huang.

Para simbolizar seu poder e acompanhar sua jornada na vida após a morte, ele preferiu criar um exército de terracota em vez de sacrificar guerreiros reais.

2. Cidade de Ur (atual Iraque)

Na antiga cidade de Ur, um local conhecido como o “Grande Poço da Morte” foi palco de sacrifícios de pessoas há cerca de 4.600 anos. Lá, foram encontrados os restos mortais de 68 mulheres e seis homens, cercados por objetos de grande valor, como uma escultura de carneiro feita de ouro e pedras preciosas.

Acredita-se que esses sacrifícios faziam parte de rituais para honrar governantes.

3. Cahokia (América do Norte)

Cahokia, uma cidade que floresceu entre 1050 e 1200 d.C. na região onde hoje fica St. Louis, nos Estados Unidos, também praticava sacrifícios. No chamado “Monte 72”, arqueólogos encontraram 272 corpos, muitos deles sacrificados em diferentes ocasiões.

Em um dos episódios, 52 mulheres jovens foram mortas, enquanto outro grupo de 39 indivíduos foi brutalmente espancado. Pesquisadores acreditam que esses rituais podem estar ligados a cerimônias em homenagem a figuras de alto status enterradas no local.

4. Civilização Inca

Os incas, que dominaram os Andes no século XV, realizavam sacrifícios de crianças como parte de seus rituais religiosos. Múmias infantis foram encontradas em locais de alta altitude, como o Monte Llullaillaco, na fronteira entre Chile e Argentina.

Estudos mostram que as crianças recebiam uma dieta especial no ano anterior ao sacrifício, incluindo milho e carne seca de lhama. Pouco antes de suas mortes, eram oferecidas folhas de coca e bebidas alcoólicas à base de milho.

5. Moches (Peru)

A cultura Moche, que prosperou entre os séculos I e VIII d.C. no Peru, também realizava sacrifícios humanos. Um exemplo marcante é o templo Huaca de la Luna, onde dezenas de corpos sacrificados foram descobertos, refletindo a conexão desses rituais com a espiritualidade e a política da época.

China - Canva/Divulgação/ND

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China – Canva/Divulgação/ND

Iraque - Canva/Divulgação/ND

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Iraque – Canva/Divulgação/ND

Cahokia - Canva/Divulgação/ND

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Cahokia – Canva/Divulgação/ND

Incas - Canva/Divulgação/ND

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Incas – Canva/Divulgação/ND

Moches - Canva/Divulgação/ND

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Moches – Canva/Divulgação/ND

Antiga Grécia - Canva/Divulgação/ND

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Antiga Grécia – Canva/Divulgação/ND

Astecas - Canva/Divulgação/ND

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Astecas – Canva/Divulgação/ND

Japão - Canva/Divulgação/ND

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Japão – Canva/Divulgação/ND

Cartago - Canva/Divulgação/ND

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Cartago – Canva/Divulgação/ND

Europa - Canva/Divulgação/ND

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Europa – Canva/Divulgação/ND

6. Antiga Grécia

Na Grécia antiga, textos e descobertas arqueológicas sugerem que sacrifícios humanos ocorriam ocasionalmente. Um exemplo intrigante é o altar dedicado a Zeus no Monte Lykaion, onde foi encontrado o esqueleto de um adolescente que pode ter sido oferecido em um ritual há cerca de 3.000 anos. Essas práticas reforçam como as crenças religiosas moldavam a sociedade grega.

7. Astecas (México)

A civilização asteca, conhecida por seu sacrificio de pessoas centrada na cidade de Tenochtitlán, é uma das mais conhecidas por seu sacrifício de pessoas. Esses rituais eram frequentemente realizados no Templo Mayor, onde restos de crânios de vítimas foram encontrados. Para os astecas, tais cerimônias estavam ligadas à manutenção da ordem cósmica e à veneração de seus deuses.

8. Japão e a prática do Hitobashira

No Japão, histórias sobre “Hitobashira” relatam sacrifícios humanos incorporados à construção de castelos e estruturas importantes. Segundo lendas, a prática visava garantir proteção espiritual. Um caso famoso envolve o Castelo Maruoka, onde uma mulher teria se oferecido como sacrifício em troca de benefícios para seu filho.

Esses exemplos revelam o impacto cultural, espiritual e político que o sacrifício de pessoa teve em sociedades passadas. Embora muitos detalhes ainda estejam envoltos em mistério, as descobertas arqueológicas continuam lançando luz sobre as complexidades dessas práticas.

9. Cartago (atual Tunísia)

Na antiga cidade de Cartago, localizada na atual Tunísia, arqueólogos encontraram o “Tophet”, um cemitério repleto de urnas com restos incinerados de crianças. Os fenícios que habitavam a região realizavam esse sacrifícios de pessoas em homenagem ao deus Baal Hammon e à deusa Tanit, especialmente em períodos de crise, como secas ou guerras.

Embora historiadores debatam a frequência dessas práticas, evidências sugerem que famílias aristocráticas sacrificavam até mesmo seus próprios filhos como demonstração de devoção religiosa.

10. Europa

Na Europa do Norte, corpos encontrados em pântanos, como o famoso Homem de Tollund na Dinamarca, apontam para rituais de sacrifício de pessoas realizados durante a Idade do Ferro. As vítimas, frequentemente em perfeito estado de preservação devido ao ambiente úmido, apresentam sinais de mortes violentas, como estrangulamento e golpes na cabeça.

Pesquisadores acreditam que esses sacrifícios estavam ligados à fertilidade da terra e à gratidão aos deuses pela colheita. A posição dos corpos e os objetos encontrados ao redor reforçam sua conexão ritualística.

Altar de pedras com fogo

Em muitas regiões, o sacrifício de pessoas era realizado para rituais religiosos e eram usados altares – Foto: Canva/Divulgação/ND

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