SC recebeu R$ 108 milhões após desastres naturais em 2024; veja ranking por cidades

O ano de 2024 foi marcado por uma série de desastres naturais em diferentes regiões do país. Tragédias causadas por chuvas intensas ou escassez de recursos demandaram a atuação de agentes da Sedec (Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil) no auxílio à população, que destinou R$ 4,8 bilhões aos afetados no Brasil.

Parte do município de Joinville ficou embaixo d'água em decorrência dos temporais que atingiram o Norte catarinense

Parte do município de Joinville ficou embaixo d’água em decorrência dos temporais que atingiram o Norte catarinense em 2024 – Foto: Carlos Jr./ND

Em todo o país, 182 municípios ainda estão em situação de emergência e 149 planos de trabalho já foram aprovados pelo governo federal. É com base nestes planejamentos que a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados por cada prefeitura. Após aprovados, os valores são liberados a partir de publicação no Diário Oficial da União.

Conforme informado pelo MIDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional), Santa Catarina possui sete cidades com decretos vigentes de emergência: quatro por chuvas intensas, um por deslizamento, um por tempestade de granizo e um pelo acometimento de vendavais. A pasta não informou quais são as cidades.

Em contrapartida, a Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil destaca que há outras cidades na mesma situação em decorrência de desastres naturais, além dos sete mencionados pelo governo federal. Isso porque os pedidos, que têm validade de 180 dias, nem sempre são repassados ou feitos diretamente à União.

As cidades catarinense, como Joinville, Araquari e Sombrio são algumas das que foram severamente impactadas por desastres naturais em 2024. Desde janeiro, o governo federal destinou mais de R$ 108 milhões para cidades como essas, que usaram o valor, principalmente, para reconstrução de pontes, limpeza urbana e compra de mantimentos (kits de higiene e limpeza).

Desastres naturais deixam rastro de destruição em Santa Catarina

O município de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, recebeu a maior parcela da verba federal, destinada ao reparo de danos causados por desastres naturais em 2024. O município decretou situação de emergência ao menos quatro vezes ao longo do ano.

Casa foi atingida pela lama durante temporal em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí

Casa foi atingida pela lama durante temporal em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí – Foto: Divulgação/Defesa Civil/ND

Os estragos mais recentes foram causados na quarta-feira (25), quando a cidade registrou diferentes pontos de alagamento após ser atingida por fortes chuvas.

Segundo informações da Defesa Civil municipal, o volume de chuva na data ultrapassou os 180 milímetros, chegando a 188 em alguns pontos da cidade. Foram quatro enchentes na cidade, causadas pelo transbordamento do rio Itajaí-Açu.

No início de dezembro, foi o município de Araquari, no Norte catarinense, que decretou situação de emergência após ser devastada pela força das chuvas. Em apenas 72 horas, região registrou um acumulado de 143 milímetros de precipitação, volume que era esperado para o mês inteiro de dezembro.

No primeiro semestre deste ano, Blumenau, no Vale do Itajaí, sofreu com deslizamentos de terra e alagamentos em decorrência de desastres naturais intensos. Em outubro, um forte temporal que atingiu o município deixou 30 mil clientes sem luz na cidade.

Araquari decretou situação de emergência por causa dos estragos causados por desastres naturais - Prefeitura de Araquari/Reprodução/ND

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Araquari decretou situação de emergência por causa dos estragos causados por desastres naturais – Prefeitura de Araquari/Reprodução/ND

Em 72 horas, choveu o montante esperado para o mês inteiro de dezembro - Prefeitura de Araquari/Divulgação/ND

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Em 72 horas, choveu o montante esperado para o mês inteiro de dezembro – Prefeitura de Araquari/Divulgação/ND

Cidades que receberam maior e menor volume de verbas federais

O município de Rio do Sul recebeu o maior número de repasses do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, ao longo de 2024, em decorrência dos desastres naturais que atingiram a cidade. Ao todo, foram 13 solicitações, que somaram R$ 13.074.457,11.

O menor valor repassado foi de R$ 4.774,70, destinado ao “restabelecimento de drenagem no Beco Mondaí no Município de Rio do Sul”, enquanto o maior foi de R$ 4.451.902 para “Carga, transporte e destinação final dos resíduos (do armazenamento temporário até o aterro licenciado)”. O levantamento foi realizado pela pasta a pedido do ND Mais.

Os municípios de Antônio Carlos, Trombudo Central, São João Batista e Blumenau vêm logo atrás na lista, tendo recebido valores entre R$ 5.574.364,492 e R$ 8.714.556,74, em decorrência de chuvas intensas. Os valores foram destinados para obras de contenção de margens, limpeza urbana, drenagem, reconstrução de pontes e melhora em vias para tráfego após os desastres naturais.

Ranking das cidades que receberam mais verba da Defesa Civil

  • Rio do Sul, no Vale do Itajaí: R$ 13.074.457,11;
  • Antônio Carlos, na Grande Florianópolis: R$ 8.714.556,74;
  • Trombudo Central, no Alto Vale do Itajaí: R$ 7.051.862,56
  • São João Batista, na Grande Florianópolis: R$ 5.652.615,81
  • Blumenau, no Vale do Itajaí: R$ 5.574.364,492.
Comércio de Trombudo Central fortemente atingido por enchente em 2024

Comércio de Trombudo Central fortemente atingido por enchente em 2024 – Foto: Prefeitura de Trombudo Central/ND

Dentre as cidades que receberam a menor quantia, a maioria se encontra na região Norte de Santa catarina. São elas:

  • Papanduva, no Norte de Santa Catarina: R$ 198.579,85;
  • São João do Itaperiú, no Norte de Santa Catarina: R$ 172.848,08;
  • Mafra, no Norte de Santa Catarina: R$ 156.689,30;
  • Jacinto Machado, no Sul catarinense: R$ 155.160,00;
  • Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí: R$ 153.876,57.

Volume de chuvas é maior na costa catarinense

A cidade de Joinville, no Norte do estado, é conhecida pela grande frequência de chuvas, causada pela umidade característica da área e proximidade com o mar. A presença de vários rios, que cruzam a cidade e a vegetação densa também favorecem a formação de umidade na atmosfera, o que incide no volume de precipitação.

O mesmo se repete em outras cidades da região, que acabam sofrendo com a incidência de chuvas e, muitas vezes, consequentes desastres naturais. Os ventos que partem do litoral levam a umidade para perto da Serra e do mar, o que afeta não apenas a cidade, mas toda a costa catarinense, atingindo também cidades como Itajaí, Blumenau, Florianópolis e arredores.

Para tentar reduzir os impactos desses desastres naturais, o governo federal lançou, em 2024, um sistema de envio de alertas em casos de grande perigo. A ferramenta foi um marco nas ações de proteção e defesa civil, e inseriu o Brasil em um novo patamar de gestão de riscos de desastres naturais.

O sistema está disponível em todos os estados das regiões Sul e Sudeste, e utiliza a rede de telefonia celular para emitir alertas gratuitos, com mensagem de texto e aviso sonoro. Os alertas são disparados para a população em área de risco de desastres naturais e com cobertura de rede 4G ou 5G, sem necessidade de cadastro prévio do usuário.

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