Apenas 43% dos estudantes indígenas e 51% dos pretos têm internet e computador para estudar em casa

A desigualdade social no Brasil ficou, mais uma vez, escancarada na pesquisa TIC Educação 2022, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) nesta segunda-feira (25). Entre as principais revelações do estudo, o mais completo retrato da evolução do uso da Internet por estudantes dos ensinos Fundamental e Médio no país, estão dados que mostram que crianças e adolescentes indígenas e de pele preta têm acesso significativamente menor a infraestrutura tecnológica para estudar em casa, como complemento às aulas presenciais. Enquanto 72% dos estudantes brancos dos ensinos Fundamental e Médio têm computador e internet nos seus domicílios, esse índice cai para 51% entre os pretos e 43% entre os indígenas.

As diferenças, de acordo com a pesquisa, também são marcantes no recorte geográfico. A infraestrutura tecnológica para estudos em casa é uma realidade de 72% dos estudantes da região Sul, 68% do Sudeste, 64% do Centro-Oeste, 50% do Nordeste e apenas 45% do Norte.

Já no quesito acesso à Internet no domicílio, sem considerar a existência ou não de computador para os estudos, o índice de penetração é de 96% nos centros urbanos e de apenas 71% nas áreas rurais.

“A apropriação dos recursos digitais por estudantes e educadores na criação de oportunidades de aprendizagem e na construção de conhecimentos é o que torna a conectividade, de fato, significativa na educação”, diz Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, órgão vinculado ao Comitê Gestor da Internet.

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