Pesquisa mostra que 65% dos brasileiros não estão completamente satisfeitos com seus corpos

Como se conectar ou reconectar ao prazer que vive nas pequenas coisas? Como ter mais alegria, bem-estar e saúde? E indo mais além, como as marcas podem interferir positivamente nessa percepção para os brasileiros? A MindMiners realizou o estudo “A década do (des)Encanto: bem-estar e o impacto das marcas em um mundo imprevisível”, que trouxe alguns pontos e respostas referentes a esses e outros questionamentos.

A pesquisa, que contou com 2.000 respondentes de todo o país, analisou dados disponíveis da plataforma de consumer insights da MindMiners, que combina expertise em pesquisa, tecnologia e inteligência de dados para ajudar empresas a entenderem o comportamento dos consumidores.

“A MindMiners construiu este estudo com o propósito de convidar as empresas a mergulharem em novas possibilidades de relacionamento com seus consumidores e entender como as marcas podem promover felicidade de forma genuína. Afinal, embora o tema da Inteligência Artificial esteja em alta, nada disso terá significado se a Inteligência Humana não for capaz de construir um mundo que nos convide a viver todos os seus encantos”, destaca Danielle Almeida, CMO da MindMiners.

Entre as respostas obtidas no estudo, 65% dos respondentes afirmaram que não estão completamente satisfeitos com seus corpos, e a maioria deste percentual é composto por mulheres, geração Z e público LGBTQIAPN+. Além disso, 39% acreditam que falta diversidade de pessoas em comerciais e anúncios de forma geral, 23% sentem a necessidade da aprovação das outras pessoas para se sentirem interessantes e bonitos, e 5 em cada 10 pessoas buscam marcas que promovam uma imagem corporal positiva e que não incentivem padrões de beleza irreais, valorizando a saúde mental e autoestima das pessoas.

“O fenômeno de distorção da imagem está se tornando cada vez mais prevalente, especialmente entre os jovens, e muitas vezes é exacerbado não apenas pelo uso de filtros, mas também devido ao conteúdo amplamente divulgado na internet, que incentiva a busca pela perfeição, comparações incessantes, e pode ser implacável”, ressalta Danielle.

Como anda o estado físico e emocional dos brasileiros?

A pesquisa é dividida em cinco capítulos, que falam sobre o estado físico e emocional das pessoas, a relação individual com imagem e corpos, o impacto das redes sociais na autoimagem, sedentarismo, saúde mental e saúde física, autocuidado, e como tudo isso impacta no consumo.

O estudo da MindMiners mostra que 4 em cada 10 pessoas não estão satisfeitas com as escolhas de vida que fizeram nos últimos anos, 5 em cada 10 sentem que vivem no piloto automático devido a correria do dia a dia e 6 em cada 10 têm a sensação de que até hoje não aproveitaram a vida como gostariam. O público feminino e as gerações mais novas aparecem com mais destaque nestas percepções.

Entre os insights obtidos pelo estudo em suas 60 páginas, esses são alguns dos números levantados:

  • 84% dos respondentes concordam que cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física;
  • 32% dos respondentes já foram diagnosticados com algum transtorno mental;
  • 24% afirmam que o trabalho tem afetado negativamente sua saúde mental;
  • 71% afirmam que as inovações tecnológicas são essenciais para o progresso do mundo, mas 70% acham que as pessoas estão dependentes demais da tecnologia e isso pode ser bastante prejudicial;
  • 61% acreditam que as redes sociais impactam negativamente a autoestima das pessoas;
  • 51% consideram ter uma boa saúde mental, e 50% consideram ter boa saúde física.

“A vida é feita de diferentes perspectivas e contextos, sobretudo nas situações que precisamos enfrentar diariamente. A correria cotidiana, o futuro muitas vezes incerto, o excesso de informações com as quais precisamos lidar a todo momentos, as pressões sociais e dificuldades em relação à parte financeira são alguns exemplos do que precisamos enfrentar na vida e que impactam o nosso bem-estar. Além disso, devemos considerar os desafios enfrentados nos últimos anos, incluindo a polarização política, a crise econômica e a pandemia que assolou o mundo. Esse cenário caótico e imprevisível tem contribuído para um certo desencanto em relação à vida, às relações interpessoais e, principalmente, quanto ao que o futuro nos reserva”, destaca Almeida.

O estudo levanta a questão de como trazer de volta esse encanto perdido e como esse trabalho começa na esfera individual. Cuidar do corpo e da mente deixa de ser um discurso teórico e passa a se revelar como a ação mais importante para se conquistar uma vida equilibrada e plena. Mas será que estamos realmente conseguindo alcançar esse feito?

“Como podemos encontrar um novo significado em emoções, conexões e sensações que ao longo do tempo se perderam? Como podemos estabelecer vínculos com os outros e incentivá-los a se reconectarem consigo mesmos, redescobrindo a magia mesmo no caos da vida moderna? Existem grupos vulneráveis que sofrem com questões de autoestima e autocuidado, e isso afeta sua saúde mental de diversas maneiras. As empresas têm considerado essas pessoas em suas abordagens? Têm buscado maneiras de serem mais inclusivas? Enfrentando esse desafio, é essencial procurar estratégias que possam nos ajudar a encontrar encanto e inspiração no meio das adversidades que enfrentamos. As marcas têm um papel fundamental nesse processo, podendo levantar debates sobre o tema e incentivar mudanças nos conceitos de “padrões de beleza”, começando pela publicidade. Ou seja, diversidade e inclusão vendem”, conclui.

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