Evento na UFSC vai prestar homenagens a Eglê Malheiros, intelectual catarinense

Eglê Malheiros em foto de Paulo Dutra

A Universidade Federal de Santa Catarina será palco, neste sábado, 26 de abril, de um encontro de familiares, amigos e admiradores que vai homenagear Eglê Malheiros, pioneira em diversas áreas, da cultura à política, que faleceu em dezembro de 2024, aos 96 anos, em Brasília. Única mulher a participar de todo o percurso do Círculo de Arte Moderna, mais conhecido como Grupo Sul, coletivo que marcou as artes catarinenses entre os anos 1940 e 1950, foi casada com o escritor Salim Miguel e deixou um grande legado onde atuou.

A programação da homenagem começa a partir das 14h30, no Teatro Carmen Fossari (UFSC), com a exibição do documentário “EGLÊ” (82 min, 2023, coprodução Margot Filmes/Lilás Filmes/Calendula Filmes). O filme, que faz um percurso pela história da primeira mulher roteirista de cinema em Santa Catarina, foi produzido por uma equipe só de mulheres, reverenciando o pioneirismo de Eglê no cinema.

Logo depois, às 16h, na Igrejinha da UFSC, acontece um momento de depoimentos da família, amigos e pesquisadores da obra de Eglê, junto a uma exposição de documentos e escritos da homenageada. A pianista e compositora Denise de Castro, que foi aluna de Eglê Malheiros no Instituto Estadual de Educação (IEE), vai tocar a Valsa para Eglê, composta especialmente para o documentário “EGLÊ”.

O evento, organizado pela família de Eglê Malheiros, tem o apoio da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SECARTE/UFSC) e do Espaço Eglê Malheiros & Salim Miguel (IDCH/FAED).

Pioneira

Precursora em diversas áreas, Eglê Malheiros nasceu em Tubarão, no Sul catarinense, em 1928, mas logo em seguida a família mudou-se para Lages, na Serra. Eglê cresceu em Florianópolis e desenvolveu o gosto pela leitura, pelo conhecimento nas várias áreas e pela militância. No final dos anos 1940, construiu, com outros companheiros, o Círculo de Arte Moderna, mais conhecido como Grupo Sul.

A artista também foi vítima da ditadura militar e teve a carreira no magistério interrompida após ser presa por 50 dias logo após o golpe de 1964. Voltou a lecionar em 1979, retornando a Florianópolis e intensificando sua atuação como escritora, também com trajetória política. Na sua casa, em Florianópolis, junto ao marido Salim Miguel, recebeu com generosidade muitas pessoas que pesquisavam a trajetória do Grupo Sul, a sua própria história e os temas aos quais sempre dedicou a vida.

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