3 são condenados por morte de delator do crime organizado gaúcho em SC

Depois de dois dias de julgamento, Conselho de Sentença de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, condenou três réus pelo assassinato de um delator de uma facção os 23 anos ocorrido em 2020, no bairro Pioneiros.

O trio, integrante de uma facção criminosa gaúcha, matou a vítima a tiros. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os criminosos agiram por vingança, bem como para obtenção de prestígio perante a facção, uma vez que a vítima faz a maior delação contra o crime organizado do Rio Grande do Sul.

Dois réus executaram o crime e um foi o mandante – Foto: Freepik

Informações de delator ajudaram em mais de 150 prisões

Quando fez a delação, o delator apontou mandantes e executores de homicídios, além de informar a existência de um cemitério clandestino, indicando pontos de armazenamento de drogas e bens que pertenciam à facção que ele trabalhou.

Estas informações resultaram em uma série de operações de combate ao crime, com mandados de busca e apreensão e mais de 150 prisões preventivas.

A vítima foi morar em Balneário Camboriú após desligar-se do Programa Estadual de Proteção, Auxílio e Assistência a Testemunhas Ameaçadas do Rio Grande do Sul – PROTEGE.

No dia do crime, a bordo de um veículo com placa clonada, os executores se deslocaram até a quitinete onde a vítima morava e ficaram de campana.

O delator chegou ao local onde morava em um carro de aplicativo, momento em que os criminosos atiraram 17 vezes, com pistola 9 milímetros. Ao menos quatro tiros foram na cabeça.

Julgamento durou 21 horas

A primeira etapa do julgamento começou às 9h de quarta-feira (16) e se encerrou às 23h. Na quinta-feira (17), os trabalhos foram retomados às 9h, com a réplica e a tréplica entre acusação e defesa. Às 16h, o juiz proferiu a sentença.

Um dos réus, apontado como executor do homicídio, foi condenado a 13 anos de reclusão com as qualificadoras do motivo torpe e do recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como pelo crime de receptação.

O segundo réu, também identificado como executor, foi condenado a 17 anos e dois meses de reclusão pelos mesmos crimes e qualificadoras.

Já o terceiro condenado, indicado como mandante da execução pelo MPSC, foi sentenciado a 19 anos e quatro meses por homicídio qualificado pelo motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, assim como por corrupção de menores.

Todos cumprirão a pena em regime fechado. Mesmo assim, o Ministério Público de Santa Catarina recorrerá da sentença buscando elevar a pena.

A investigação do caso foi feita pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) em Balneário Camboriú, com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Santa Catarina.

 

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